Privilégios

Privilégios 2

Estive em um evento sobre impacto social ontem. Já na abertura, a Jout Jout nos falou sobre os privilégios. Uma bela provocação. Para uma plateia de esmagadora maioria branca, ela mediou um debate com mulheres negras, líderes de negócios e de movimentos sociais. Um momento para escutar, admirar e refletir.

A questão dos privilégios já é algo bem debatido, mas pouco fazemos a respeito. A primeira questão é entender que privilégios cada um de nós tem. Eu por exemplo, tive o privilégio de nascer branca, em uma família de classe média. Tive o privilégio de estudar em boas escolas, de aprender inglês desde cedo, de praticar esportes e de estudar em uma excelente universidade. Tive o privilégio de morar com dignidade e ter comida farta todo o dia. Meus privilégios são muitos. E são raras as vezes que os reconheço. Falar de meritocracia com tantos privilégios é fácil. Difícil é ter que lavar chão para conseguir estudar e enfim, “merecer” um bom emprego.

Muito bem. Agora você já reconheceu seus privilégios. E o que vai fazer com isso? Essa é a segunda questão. Como diz a Jout Jout, nós temos o privilégio de “nos distrairmos”. Nos distraímos da situação política do país, da situação de vida de quem trabalha na nossa casa e do que acontece nos bairros mais afastados da nossa cidade. Vivemos aí, distraídos e ao mesmo tempo absortos na nossa “vidinha privilegiada” que anda muito bem obrigada.

Que tal então assumirmos nossos privilégios para no mínimo praticarmos mais cidadania e mais empatia ao nosso redor?

Os privilégios vão continuar, a menos que os privilegiados como eu, mudem suas atitudes.

Roberta Perdomo

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